Lágrimas
Sem rumo, desorientada
A casa segura morada em inferno transformada
O ninho de carinho construído de nuvem escura se cobriu
A sinfonia da vivente floresta
Em desespero se uniu
O "choro" do filhote, não alcança a cuidadosa mãe
Que num último gesto abraça o filho ...
Maldito o bicho homem que se acha
Senhor do bem e do mal,
Que com sangue derramado
Constrói seu reinado
Não ouve do pássaro o gorgeio
Do tatu a súplica de um segundo mais
Da fonte, "me levem lá para ajudar"
O indio de olhar cansado chora pela terra
Motivo e destino seu e dos seus
Construir um novo lugar
Onde a vida seja benção
A paz seja o horizonte
Que o filhote viva o amor que constrói o futuro
E perdoe nossa sede de morrer de fome
Dentro de um cofre de ouro abarrotado...