CICLOS DA NATUREZA
 


É inverno e muitas árvores se apresentam nuas, dormentes. Mas há, na paisagem da cidade, ipês rosas floridos, pinceladas de cor nestes dias cinzentos. Altas e velhas araucárias pontoam no bairro, resistindo ao progresso, entre o concreto e o asfalto.

De minhas janelas e varanda, vejo ainda, neste período de confinamento devido à pandemia, muita natureza, para minha alegria.

Essas árvores atraem inúmeros pássaros, periquitos em algazarra, bem-te-vis, pardais, andorinhas e também pequenos grupos de papagaios que nos acordam pela manhã com sua algaravia rouca. Faz pouco que trocaram a zona rural pela urbana e parecem bem adaptados. Vejo-os alimentando-se do néctar das flores dos ipês.

Curitiba é uma grande cidade, com mais de dois milhões de habitantes. Felizmente, tem muito verde preservado. Há uma tradição, trazida pelos imigrantes europeus, de cultivar hortas e jardins e há muitos e belos exemplares em nosso bairro. As ruas são arborizadas, os passeios gramados, produzindo sombra em dias quentes e facilitando a absorção de águas pluviais.

Quando viajo e volto à minha cidade, de avião, lá de cima posso ver como é verde! Em agosto e início de setembro, quase final do inverno, praças e alamedas se vestem faceiramente do amarelo dos ipês; esta que é a árvore símbolo do Brasil.

Certa vez, lecionei português para uma alemã que me disse conservar como feliz e alegre lembrança de Curitiba o espetáculo da floração dourada dos velhos ipês da Praça Tiradentes e dos tapetes de flores que ornavam as calçadas.

Outro espetáculo de cor é a floração das cerejeiras. A Sakura não é nativa mas aqui se aclimatou muito bem. Mudas foram oferecidas pelo Governo Japonês à prefeitura de nossa cidade e agora, árvores adultas, lançam suas flores rosadas pelos parques e passeios, prenunciando a primavera.

Hoje, a tecnologia me permite eternizar em fotos, ricamente coloridas, esses efêmeros momentos de sensibilidade e emoção. São recortes de vida natural que amenizam o isolamento social, alegram e, em sua singeleza, me oferecem motivo para poetar.




 

Aloysia
Enviado por Aloysia em 07/09/2020
Reeditado em 30/07/2022
Código do texto: T7057303
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