Tão mal assim

Será que eu te fiz tão mal assim que você precisou ir embora tal como quem tem pressa? Era pressa, meu bem? Ou era medo? Será que te fiz tão mal... Ou te fiz tão bem que você teve medo de se apegar bem mais do que jamais estivera disposto? Queria curtir, mas precisou fugir, por amar, sem querer. E pior, por gostar a ponto de amar, mas não gostar de amar sem querer. Será que eu te fiz tão mal assim porque você nunca teve algo tão bom e, de repente, bem na hora errada, tinha o que mais desejaria, mas não podia, não assim? E nessa contradição toda, você só soube fugir, carregando aos tropeços seus destroços, aqueles que temia que eu destruísse de vez, ou talvez temesse que eu consertasse, assim, na hora errada. Será que eu te fiz tão mal assim que você passou a não suportar olhar para mim? Ou foi porque você queria muito, muito mais do que olhar, e sabia que não podia, não assim, então preferiu correr e se afastar de mim? Será que te fiz tão mal assim ao confiar em ti, ao me abrir como nunca antes, ao falar sempre com sinceridade, ao não te iludir assim como talvez gostarias? Meu bem, acho que não fui eu que te fiz mal, não. E fugir de mim de nada serviu para te livrar do mal que te atormenta. Talvez você não quisesse me fazer tão mal assim.

Dancker
Enviado por Dancker em 05/09/2020
Código do texto: T7055060
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.