UMA BRISA DA PRIMAVERA.

 

Para Marta:

 

Esse suposto amor, que talvez, levamos escondido e que principia com muitos cuidados, ninguém o conhece não, porque ele cismou de ser somente por nós partilhado.

Ele parece querer emergir do nosso inconsciente, onde, por certo, um dia foi gravado. Um segredo que nos está sendo agora revelado.

E, se assim foi gravado e agora por nós descoberto de tão longe, tão mágico, jamais poderá ser esquecido ou protelado.

Tendo em vista que, as mensagens trocadas foram mísseis balísticos dirigidos, e que, foram atraídos pelo calor do sentimento comungado, eles acabaram por se transformar em mísseis “exocet” do benquerer.

Esse suposto amor eu descobri na nascente do teu sorriso, e agora, ele está sendo espreitado e dividido por nós com diplomáticos cuidados e, por ser tão dividido acredite, se soubermos, poderá ser eternizado.

Permita-se, ó Marta!

Ele carrega o néctar da doçura, assim como fazem as abelhas de flor em flor, é tão querido e doce quando é sincero, por isso, não pode ser crucificado e nem tão pouco ferido.

O amor parece querer nascer, assim como a brisa suave e manhosa da primavera, naturalmente ele é tépido, entretanto se formos pacientes e quando chegar o verão, os ventos cálidos se encarregarão de aquecê-lo nos corações amantes.

Ele nasce manso, sutil, leve e fragrante que, às vezes, parece querer fugir, sem querer, das nossas mãos.

Esse amor que está a nascer em nós, inibido e tão distante, será sempre considerado um mistério oculto, assim como é a vida que o cria.

Mas mesmo que seja misterioso e distante, haveremos de alimentá-lo para que se transmude em constante.

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 22/10/2007
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