Poesia indignada

Cinco séculos de erros,

Mãe índia, mãe negra,

Choram mães nessa terra

Que não é gentil!

Choram de fome

Junto com seus filhos,

Ou ao lado da cova

O filho "matado"

Compartilhando da ignorância

Projetada desde o começo!

Escravo bom tem bons dentes

Maneja bem a enxada!

Na vida só o direito à cova

Diga sim senhor!

Não senhor!

Sinhôzinho pensa por mim!

Os pobres geram a mão de obra barata

(Des) educada para isso

Carregam nos ombros seu algoz!

Mulheres indignadas com o destino

Tão aviltante

Rebelam-se, pensam, sonham

Uma estória menos triste!

Carolina Escreveu

Lélia falou "Pretoguês",

Sueli Filosofou,

Conceição Poetisou,

Marielle Contra a milícia Lutou

Ludmilla gritou #EleNão

Nesse chão tão injusto e desigual

O país pagou para ver se dar mal!

Uma vai - outra brota

Renasce o sonho coletivo.

E do luto faz-se a luta!

Negro não só labuta!

Escreve seu destino

Honra seu passado

Tambor marca o ritmo

Do futuro almejado

Onde a Liberdade

Não seja um conto inacabado!