Talvez essa seja a Última
Antítese Outonal em Tarde Ser
Copas de árvores valsam,
Folhas desprendem,
Debicagens espiraladas,
Raízes multicoloridas salpicadas.
Volumosas folhagens livres,
Em tardes e noites prisioneiras.
O outono chegou sem ser visto.
Mudo,
Como chegou,
O tristonho outono,
Vai-se perdendo no ocaso!
Para trás ficará o Corona,
Desatinada Covid-19,
Marcando olhos e faces com respingos de lágrimas.
Nem toda flor,
Nem todo regato,
Nem toda despedida,
Nem todo arrebol,
Nem todo vento serelepe,
Nem todo oceano de águas azuis-turquesa,
Nem toda magia,
Deseja ser contemplada.
Do olho Vivo ao Estrabismo
Pensando as inúmeras vertentes da Vida, porque a morte é um,
Apenas um, mistério indecifrável.
Com ou sem lupa de alta precisão,
é possível a todo e qualquer oculista ver;
porém jamais imaginar, compreender e entender como se dera os complexos problemas das vistas,
Como eles são.
Nem o cristal,
Tampouco a claridade da luz do sol,
É tão transparente como aparenta ser, pois em tudo,
há um ou vários segredos não revelados.
Em tarde Ser
Ainda havia luz natural,
E a lua estava aposta,
Escoltando o bando de garças brancas que regressavam do piquenique festivo.
Com os cotovelos dobrados no batente inferior da janela,
Ao vê-las chegar,
algodoando os galhos secos das árvores,
Sai para caminhar com o sol cálido,
E ele foi baixando,
Baixando,
Baixando, até sumir detrás dos penhascos e acantilados;
Mas antes do arrebol alaranjado incendiar o ocaso,
Fez boas recomendações minhas aos que viriam em seguida.
Sob o êxtase da lisonja,
Eu fiquei a sós com a vastidão do céu,
Com as Estrelas,
Astros de brilho próprio;
E com quem voltei enamorado:
A Lua, soberana Lua!
Os pássaros dormiam,
Silenciosos,
Respeitamos o merecido descanso deles.
Acompanhados, estávamos pelos ruidos'água;
Pelos pirilampos que saíam dos cupinzeiros aos borbotões e brindavam-nos com o espetáculo pirotécnico;
Pelos cricrilares dos grilos;
Coaxares dos sapos.
Feito balão cativo,
Eu subia,
Subia,
Subia,
Atingindo as copas das árvores,
Que sombreavam o salpicado das folhagens na estrada,
Sobre as quais,
Deixei as pegadas como testemunhas da viagem onírica que em uma bela noite,
Eu arrebol em tarde Ser.
Sou,
Tu és,
Somos,
O que sonhamos,
Ser.
Entretanto,
Entre a realização e tantos sonhos,
Há o querer,
Elaborar,
Planejar,
Iniciar,
Perseverar,
Insistir,
Operar,
Reproduzir,
E seremos,
O que queremos Ser!
Notívagos
Urutau,
Sauda a Mãe-da-lua,
E para caçador não lher ver,
Gruda no toco,
Emenda-Pau.
Pia choroso,
Guincho estridente,
Eco estrondoso.
Ave Fantasma,
No meio do caminho,
Espanta gente!
Idiomas: português e lusobrasileiro
Gato aqui,
Gato lá.
Cá gado,
Bovino acolá.
Colete,
Colite,
Colírio,
Cola.
Flores no jardim,
No esgoto,
Cágado em qualquer lugar.