Ilusão a minha, ousadia a tua
Mais uma vez me apaixono pelos teus encantos.
Teus encantos ou teus enganos?
Me enganaste ou permiti ser enganada?
O que é pior?
De nada mais adiantam esses questionamentos que pulsam em mim.
Eu sabia. Sim, no íntimo eu já sabia.
O plano era simples: não esperar coisa alguma.
Então por que esse desassossego?
Minha vida tem dessas ironias...
Talvez, o ideal seria não ir atrás dos teus passos. Mas eu fui!
Fui tão fundo que o coloquei contra a parede e não tive alternativa além de desfazer tudo aquilo que um dia criei na minha mente mesmo sabendo o que não esperar.
Nem sempre minha lucidez se coloca à frente de minhas vontades.
Morando em coração alheio, minha inteireza necessitava de ti.
Você sempre molhando os pés num mar onde eu já mergulhava de cabeça.
Ilusão a minha. Ousadia a tua!
Pedi para você ir. “Vida que segue”, eu dizia...
Mas parece que ela insiste em não seguir.
Nostalgia, tristeza vaga... indefinida.
Sentimento melancólico que insisto em buscar nos caminhos por onde trilho.
Perdida em tantas palavras e memórias, me vejo nesse emaranhado como ondas que vêm e vão, me afastando cada vez mais de você e de mim mesma.