Sexagésimo sétimo dia

"A quarentena de um poeta"

Sexagésimo sétimo dia:

Enquanto as bombas do inimigo eram detonadas em nossa nação, o pós guerra era a peocupação dos jovens que galgavam um lugar na cadeira pública de nível superior. No dia anterior de tantos acontecimentos, surgira no senado uma votação que dera aos candidatos sem o recurso da tecnologia o direito de brigar de igual para igual na luta pelos seus sonhos acadêmicos. O resultado não nos assombrara, o que nos deixara surpresos fora o placar elástico de setenta e cinco a um e o voto de honra a ser assinalado pelo número "um" do chefe que ignorara a quarentena.

A desigualdade da educação em tempos de pandemia era um assunto muito relevante que deveria ser tratado com mais atenção, não seria apenas adiar uma prova. O problema não estaria diretamente no acesso dos alunos, pois o aparelho de telefone transformara-se em um acessório indispensável do ser humano, todavia, o governo nunca soube utilizar os intrumentos chaves para um bom ensinamento. Em um encontro de boteco houvera o repeteco de uma falsa transparência. Em vídeo conferência com falas de promessas ao auxílio regional, o chefão se enrolara em algumas mensagens, porém, dera tréguas a alguns inimigos que passaram batidos em seus pedidos.O mais novo adverso do comandante pedira paz e simuladamente o elogiava a não perder seu donaire a ser breve.

Um de seus aliados que governara um pedaço valioso do centro-oeste o bajulara a convidá-lo para o Vale dos Dinossauros e o futuro visitante dissera em entrelinhas que iria com a armadura coberta do "suco que Adão comeria" a proteger a sua cabeça das pedradas dos opositores.

Uma outra pauta discutida coerentemente pelo condutor fora o pedido de apoio ao congelamento dos ordenados dos que não fizeram mais que suas obrigações tanto na frente da batalha ou na retaguarda. O mais importante era vencer o terrível inimigo e não haveria a necessidade de colocar moedas no bolso público durante o tempo que a sacola privada estivera vazia. Uma frase feliz, finalmente, durante uma trégua entre o executivo e o legislativo:

- É o remédio menos amargo

Menos mal para um país que ia na contra-mão tanto no combate à pandemia quanto na gestão da Educação.

Celebrava-se o dia do profissional de letras, eu me orgulhara dos meus escritos da guerra que ainda não terminara e chorava ao ouvir som soturno da cura tocado por uma orquestra formada por musicistas de doze países que tentaram das suas regiões combater o vírus maldito em um ritual que representara a batalha mundial contra o inimigo mortal.

Vagas

Uma saga para vaga

Cavada desde a madrugada

É o povo sendo calcado

Pelos criadores do nada

Nada acontece desde dantes

A nos querer ignorantes

Não nos permite avante

Desejam nossos lobos

E que nossos pensamentos travem

E que a trave rebata os sonhos

E que andemos a vagar

Sobre os destroços do lar

É a vontade da banca

Que ora manca à direita

Ora manca à esquerda

A nos mutilar

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 22/05/2020
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