Quadragésimo quinto dia
"A quarentena de um poeta"
Quadragésimo quinto dia:
A cultura organizacional do país fora a responsável pela derrota para o inimigo. No quadragésimo quarto dia da quarentena superamos o número de óbitos de uma das maiores potência econômica do mundo. O comportamento do brasileiro era esperado, pois fora desprezada pela Educação a expressão máxima do direito, a cidadania.
Obedecer às normas e leis fora recusado pelos homens que sempre deram o jeitinho brasileiro no seu cotidiano.
Em qualquer esfera da nossa sociedade há o corrompimento desde o pular pela roleta até o sonegar das grandes empresas.
E quando se determinara um lockdown, indivíduos que pregaram a defesa da obediência às autoridades lançaram nas redes sociais o estímulo ao fluxo de deslocamento de pessoas.
Todavia, os que mais incentivaram esta prática se esconderam dentro de suas bolhas a proteger seu legado.
Acreditar na mudança seria uma atitude aceita, pois as administrações anteriores do governo sempre foram desastrosas com uma hipérbole de afanos dos cofres públicos, mas ser conivente com a compostura do novo líder que abusara dos seus delitos contra uma população massacrada pelo sistema era incompreensível. Não bastara ditar, o sarcasmo e a ironia que deveriam ser coisa dos infernais estiveram a ser o seu discurso.
E mais uma vez uma cena se repetira:
O líder sem partido indagado pela situação dos números de vítimas fatais que medraram no país respondera iradamente:
- E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre.
O impacto de suas atitudes estivera a diminuir suas forças e o poder supremo revogara um de seus atos, pois quebrara alguns princípios.
Língua maldita
Língua maldita que dita,
Que mente
Que brita
À solta como uma serpente
A odiar a vida, esta língua atrevida
Que não se controla
Como cavalos sem freios
E pistolas
Não se consegue domar
Esta má língua, maligna
Que míngua
Ao cafangar
Língua maldita, querida dos homens
Que a adoram
E que soltam suas línguas
Como idólatras de lábios bajuladores