Responsabilidade afetiva
Eu te perdoo pelo tempo perdido. Por ter me feito acreditar que dessa vez, só dessa fez, você pudesse amar.
Te perdoo por olhar dentro dos meus olhos e contar tantas mentiras, me fazendo acreditar quando, na verdade, não tinha intenção de ficar.
Te perdoo por ter bagunçado meus dias, por ter me tirado a paz que você sabia o quanto iria me custar.
Te perdoo pelo seu desrespeito ao falar de nós, por ter me feito acreditar que o erro estava em mim pela sua incapacidade de amar.
Te perdoo pelo pedido de desculpas que nunca chegou mesmo quando tentava se reaproximar.
Te perdoo por ter tentado se isentar da culpa atribuindo-a toda a mim porque, na sua consciência, conforto iria lhe gerar.
Eu te perdoo... mas te perdoo...
Pela minha maturidade de entender quando é preciso ter um fim, ainda que isso dilacere meu peito.
Pela minha maturidade ao escolher a mim, abraçando minha estabilidade emocional e entendendo que talvez não existam culpados, apenas feridos.
Pela minha maturidade em valorizar meus sentimentos, minhas intuições e verdades, mesmo que para isso eu tenha tido que lutar usando minhas piores armas.
Te perdoo e te agradeço por hoje você ser mais um que me ensinou a como não ser e como não amar. Por me mostrar como a responsabilidade afetiva, que tanto lhe faltou, é capaz de em mim sobrar.
Te agradeço por me mostrar isso da maneira mais desagradável e desonesta que poderia e lamento por quem o seu caminho o desprazer tiver de cruzar.