Trigésimo quarto dia
"A quarentena de um poeta"
Trigésimo quarto dia:
O sábado que poderia ser de futebol colorido pelo sol fora adiado mais uma vez. Eu ficara encarcerado em prol da segurança minha e dos meus. A galera não teria a chance de ver as minhas pernas cansadas que pensam e falham, que tentam jogadas inacabadas, que recebem as críticas da garotada e que se reestabelecem com uma simples batida de palmas e em todo tempo da peleja, espera a única oportunidade de criar qualquer que seja o meu momento de genialidade e ao receber a majestosa pelota açucarada por outro gênio, o lance que mais importa é a certeza de um prêmio depois do preciso passe de primeira, do lançamento de trivela e do belo chute de chalera, o gol feito pra ela.
Era dia de esquecer os estrondos do lado de fora a desligar a parede de diodos emissores de luz e usufruir das verdades como o matar da saudade das imagens e maviosas vozes dos nossos. A pequena tela se tornara grande ao assistir Duda no Colo de Raísa a dizer:
- Hi! Pai.
- Hi! Vô.
O que me incomodara no passado estava a ser a mais gostosa da malcriadez e ouvira outras frases sempre a me fazer refletir que a minha linhagem era a coisa mais notável para o meu mundo, o que fizera eu entender o instinto materno dos animais.
"A tartaruga perdida na floresta de imenso céu azul e aberto onde havia poucos troncos gigantes tinha pressa em encontrar a vida"
Esta era a mensagem que um pequenino autor mostrara nas ilustrações de seus primeiros volumes do livro da "Tartaruga Joana".
Uma voz chegara em disparada e adentrara em meu ouvido:
Vovô Pico, quero mamá!
Vovô e Vovó
Vô ou Vó, não importa o acento no “o”
O que vale é o amor do vovô e da vovó
Que me tira do solo
A me abraçar em seu colo
O mesmo lugar de ninar da mamãe, Vovó
Que foi roubado ainda na maternidade
Quando me apaixonei pelo seu jeito
Tão peculiar de me carregar
E a mesma forma atrapalhada do papai, Vovô
Mas que me sustenta nos seus braços fortes
A me exibir lentamente no ar
Para o “Senhor” me abençoar
E a cada momento que passo
Ao ouvir seus lentos passos
Tenho a sensação do acelerar
Das batidas do meu coração
É um pedaço da minha história
Oh! Glória
E como é bom ouvir suas estórias
Dos seus tempos de escola
É por esta razão que tento imitá-los
Até a maneira de me tocar
Pois quão bom e quão suave
Deve ser a nossa união
E a cada dia , Vovô , Vovó
Deus sela a coroa que somos para os nossos avós
E também a nossos pais, orgulhar
Segundo as palavras de um Deus só
Hi, Vovô!
Hi, Vovó!