Saindo para a vida, lá fora
Incrível o tempo que se perde com o que já está deveras perdido. Penso que o ser humano tem muito disso, de antropologia e do mapa do tesouro, infinitas que são as buscas que o envolvem. No entanto, mesmo sabendo que o presente escorre feito água derramada, ainda assim, o momento acaba esquecido em sua possibilidade e acontece apenas no abstracionismo das procuras utópicas, irreais e fantasiosas. Alimentar-se do inviável parece causar a dor tão desejada. O sofrimento inventado, partindo da premissa de que "aquilo o que não possuo é o que realmente me falta", e as ambiguidades existenciais, passam a conduzir toda uma situação, que leva qualquer um a uma sequência de equívocos inesgotáveis.
A compreensão dos fatos somente é possível a partir de uma avaliação profunda e sincera de si mesmo. Nada acontece por acaso ou porque era necessário acontecer. Conduzimos as coisas dessa forma e , na maioria das vezes, criamos nossos maiores enganos, sem que tenhamos a consciência (presente) do que está acontecendo diante de nossos olhos.
Subtrair o tempo é algo que ainda não foi conseguido pela ciência. Tempo ido, não volta. Desperdício corrente e inafiançável, descaracterizando a própria razão do viver. Então, como fazer? Pausa para meditação. Trinta minutos para um bom banho, uns dez para cair dentro das roupas e três para abrir a porta da frente e sair para a vida, lá fora...