Ele estava numa estrada triste
Apenas um poeta
Caminhava ao sol escaldante
Desilusão e melancolia
Dos amores que não viveu
E carinhos que não recebeu
Apenas um poeta
Naquela estrada a percorrer
Os pés doíam, a boca ressecada
Era de morrer
Mas o poeta não morre
Ele sobrevive sempre
Olha para o horizonte
Um oásis em meio àquela imensidão
O amor
Ele sorri
Senta, cansado
E começa
Afinal ele é; Apenas um poeta
Tira das entranhas do seu ser
Inspiração
A pena, a nanquim
Começa a rimar
Compõe o mais belo dos poemas
Olha para o céu
O calor, o desespero
O torna um deus das Letras
– Meu Deus olhe para ele
– Cremência! Pois é;
Apenas um poeta
O andarilho na busca do amor
Sonha
Os olhos já não são fixo ao horizonte
A boca fecha
A pena finaliza
O poema
Se fez
O amor
Foi eternizado
E o poeta
No desespero
De viver
Morre
Ele tentou!
Sim como ele tentou!
Na estrada da vida caminhou
Amou?
Do seu modo sim
Amou e foi amado
O poema caído
Em meio aos restos
De uma alma sensível
É encontrado
É lido
É apreciado
É estudado
E admirado
Todavia, nunca eles poderão
Compreender
Que naquele poema
Está a vida do poeta
A alma do poeta
Quando ler
A moça suspirará
O menino aprenderá o que é amar
O mestre irá desvincilhar
E cada rima explicar
E o poema
Tornar-se-á
Poesia
Por séculos e séculos
Toma vida a alma do poeta
A escrita foi a semente
Ao coração
De cada criança
De cada novo aspirante
Que irá ler o poeta
Muitos irão chorar
Se emocionar
Com o poema
Daquele poeta
Nunca mais terá fim
O amor será uma constante
No coração de cada leitor
A uns somente escritos sem nexo
A outro a vida do Poeta.