Ladro
Por mim, esta cidade inteira afundaria na tempestade
Por fim, não haveria mais cidade
No lugar, uma multitude d'águas, destroços e calamidade
Amontoados erguidos de esguia gente
Moradias náufragas de lama manante
Intermitentes entre a fúria da corrente
A infelicidade passaria por mesmice nos canais extrarregionais,
Fomentaria o riso nas bestas e o latido dos animais
Outro dia terminaria e ninguém lembraria de nada mais
Do solo dali, logo, diriam, outra localidade se faria
E seria tudo como no princípio, a mesma mutuaria,
Homens que vêm e vão, sua vã existência se desmancharia
Por mim, eu lá estaria, junto na aguaria,
Por fim, fundo com a cidade e sua tempestade
No lugar, não me haveria mais cidade