E o vento levou...

Sentei no banco da pracinha e pensei: lá estão os amantes. O mundo para eles era apenas um só. Medrava angústia no tempo. Eles não sabiam que voavam a uma velocidade incrível, sem volta. Um dia porém, eles farão o mesmo que faço agora, e se perguntarão: onde foi o açoite que me feriu e agora me alarga de sós e anseios, que o tempo levou e não trás de volta? Dele espera-se a aventura, mas condiz também dizer: o vento carrega... folhas e gente, pratos e memórias, o vento carrega tudo, fantasiado de cetim.
José Kappel
Enviado por José Kappel em 02/02/2020
Reeditado em 05/02/2020
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