Na Outra Vida
Não sei merendar as coisas. Não sei relacionar o próximo. Se antes augurava uma vida cheia de lagos incríveis, hoje me redemoinho em ansiedades e vazias pensatas. Só queria ganhar um presente, dentro do próprio presente. Hoje nunca foi igual a ontem. Ontem, foi um vento ralo, morno, que rebatia em nossas faces, mas nada nos dizia. Fomos descobrir, tarde demais, o quanto o tempo é perspicaz e silencioso. Ele age a sua maneira e, de resto, nos deixa em abismos sem profundidade. Nos deixa sozinhos e sem paz. Se quero não alcanço. Perdão morreu. E sei, tudo foi erro meu. Errei ao tentar alcançar. Mas na outra vida, já estavas!