Pequeno Espetáculo
Então, uma criança má
Torna-se em um adulto horrível,
O que ao público não agrada,
Não há aquele teor tragicômico
Não há aquela razão conciliante,
Nada aqui que alavanque o espetáculo,
Nada
Assim, seria melhor evitar o rosto
E aquela insignificância,
A falta de motivos vestidos,
Ou, em realidade, a pior parte,
A carne naturalmente imperfeita
E a sonoridade dalgo todo obtuso,
Porém, em imo, nada
Contudo, o estômago latejante
E a língua feral e estragada
Revelam a virtude única daquilo,
A alma suína guardada em pútrida carcaça,
Abençoada com dádiva sarcofágica,
Corpulência rosada e quartejada
E um sublime nada
Mas algo faria crer, dado o instante,
Que o miasma que vaga na vanguarda
Da estátua materializada em nada,
Deformando a tudo por onde passa,
Olhos e narizes convulsos e tortos,
Mas sem se saber o porquê,
Que o porquê disto é nada
A vulgaridade está exposta
Nas pústulas do passeio público,
Autógena e vulgívaga marafona,
A fisionomia possuída pela fertilidade,
A convalescênça personificada
Desvelado e aflorado tudo o que possui
A quem queira ver o nada