Sobras de Tombadilho
Estou velho e cansado e de mim fazem parte somente correntes de ouro que me prendem ao tombadilho da vida.
Se o desastre vem, ele vem com arte.
Se vai, vai de pé, com orgulho e cheio de perdão. Mas aos céus eu peço: traga, por minutos minhas coisas que se foram.
Quero vê-las e senti-las como um poeta sem pátria que deixa escorrer por suas mãos doloridas o milagre da vida e o esplendor das pessoas que o tempo comeu.
Senão, deixa eu ir. Voar como os pássaros e prantear a vida lá de cima, entre dois espaços: o de cima onde agora vivem minhas coisas e pessoas que se foram e o de baixo onde quero morrer!
Se o desastre vem, ele vem com arte.
Se vai, vai de pé, com orgulho e cheio de perdão. Mas aos céus eu peço: traga, por minutos minhas coisas que se foram.
Quero vê-las e senti-las como um poeta sem pátria que deixa escorrer por suas mãos doloridas o milagre da vida e o esplendor das pessoas que o tempo comeu.
Senão, deixa eu ir. Voar como os pássaros e prantear a vida lá de cima, entre dois espaços: o de cima onde agora vivem minhas coisas e pessoas que se foram e o de baixo onde quero morrer!