O eterno dilema de um ser efêmero

A gravidade exerce a sua magia e o traz para baixo novamente

Porém, nesta vez, a tua ação não foi tão abrupta

Foste trazido de forma gentil

Como se fosse afagado pela mais delicada seda

Você ja havia se reerguido e recosturado cada um dos buracos que outrora em ti foram abertos

Fechando também aqueles que estavam sendo mantidos por uma diversão masoquista

Então pisar em terra firme já não era mais uma tarefa difícil

Mas ainda trazia nos olhos a essência de tudo aquilo que tinha se tornado passado

O olhar acentuado se tornou fosco

Perdido e distante, diferindo dos pés que se faziam rentes ao solo

De corpo e alma em terra, mas com o coração enterrado a sete palmos

Quem poderia imaginar que tal cena aconteceria?

De todos os gostos da vida, parece que foram reservados os mais amargos para ti

E tal fato lhe enrijeceu, lhe fez mais seco

Se em outras temporadas você alçava grandes voos, nas mais recentes era comum que, no máximo, planasse

Dizem por aí que se rendeu àquela crença

E que se fechou para outras chances

Será que era hora de declarar tudo como fim de jogo tendo ainda três vidas restantes?