Decadência

Uma luz surgiu no infinito,

Como uma aurora boreal resplandecente.

Quisera ver um amanhecer mais bonito,

Mas vejo apenas um alvorecer decadente.

Uma chuva pungente que cai,

Um tanque de guerra que corre,

Um avião caça que vai,

Um amigo, um irmão, um pai que morre.

Tambores rufando, a banda tocando,

Melodias roucas para ouvidos surdos, membros em riste.

Um nefasto silêncio retumbando,

Ricocheteando, implorando por almas perdidas no vasto pasto,

Que já não podem mais ouvir...,

Nem sentir...,

Nem sorrir... ,

A verdade se esvai como um sonho,

A alucinação reina sincera,

A esperança explode, fragmentada,

Como um capítulo da vida que se encerra.

Medidas duras, diz-se, serão tomadas,

Contra os inimigos do povo.

Mentiras são facilmente contadas.

Informações sonegadas, castradas - desinformadas.

Extingue-se o velho, começa-se tudo de novo.

O véu da noiva continua branco.

A fé do homem desliza na berlinda.

O sangue continua jorrando pelos flancos.

Alguém quer acreditar, ainda...

Até quando ?

Di Pietro
Enviado por Di Pietro em 10/12/2019
Código do texto: T6815352
Classificação de conteúdo: seguro