A última grande fala de amor

Minhas palavras estão confusas,

Compartilham o status dos meus sentimentos.

Amor, carinho e afeto eterno...

Eterno?

O conceito de eterno não se aplica mais,

Tudo se desfez...Para se refazer,

Em ódio, rancor e desprezo.

Vejo essa como minha última grande fala de amor.

Não a fala ardente dos amores radiantes,

A palavra agora se faz ao sofrimento,

Se faz ao lado da dor que se esconde no amor.

Alma embaçada...

Assim como meus olhos.

Cada verso é uma busca desesperada,

Por algo de bom,

Pela força de um perdão,

Alguma lembrança, alguma façanha de nossa história.

Que me prove que não tem que ser assim.

Mas escolhas são escolhas.

Tempos atrás escolhemos assim,

E mesmo com acordos e palavras,

A vontade maior foi o estopim para o fim.

Talvez o erro tenha sido meu,

Talvez eu tenha confiado de mais em dissimulações.

Talvez minha presença não fosse requerida com verdade,

Ou só mesmo talvez o desejo tenha falado mais alto.

Somos humanos, somos limitados.

Falta de confiança ou confiança de mais?

Diga-me pois a dor é no peito,

Mas começou pelas costas.

As palavras se confundem no papel que se molhado,

Meu eu interior insiste em me relembrar,

De cada sacrifício, cada decisão que tomei.

Todas tendo nós como protagonistas.

Erro meu,

O destino assim quis fazer,

E agora o que se aproxima de mim,

É transformação de felicidade em passado.

Sentimento que me mata aos poucos,

Que morde minha vontade,

Minha motivação,

Que corrói a alma e a estraçalha.

Não tive grandes feitos,

Sou obrigado a confessar que fui falho,

Mas dei o meu melhor em sua presença.

Dei meu tudo a você,

Meus riscos, meus sonhos e meu amor.

Deveria acabar com um PS: Eu Te amo

Mas isso não é uma carta,

É um choro da alma em forma de prosa.

Talvez o PS

Seja um até breve,

E que vida lhe entregue,

O que eu não fui capaz de entregar por um momento.

Nasce uma estrela... Enquanto...

Morre um amor.