Felicidade redigida
Em meio a esse mundo frio, eu quero ser calor. Ser chama que derrete gelos e que aquece quem se aproxima. Quero olhar pra trás e perceber que amei, que cuidei, que evoluí. Não quero sentir que perdi oportunidades por medo, não quero amar em segredo, nem me afogar em falsas certezas.
Quero continuar sendo eu, mesmo que intensa, mesmo que eu faça de tudo e ninguém me reconheça. Quero ser luz forte que ilumina o mais profundo abismo e ser feito um grande girassol que mesmo quando morre, espalha inúmeras e belas sementes.
Quero olhar pra trás e me alegrar por ter tentado, olhar pra dentro de mim e sorrir por tanto ter me amado. Quero me lembrar das noites mal dormidas e das lágrimas derramadas, mas lembrar com afeto porque sem elas eu não teria, em lugar algum, chegado.
Eu quero que palavras continuem sendo derramadas pelo meu canto torto, por minha escrita rápida e por minha voz desafinada. Quero o brilho nos olhos e o coração a queimar. Quero ser astro solto no universo e lua que beija o mar, pra que mesmo sem sol, eu saiba me guiar. Eu quero o tudo ou o nada, o infinito a me abraçar. Eu quero amar muito o hoje, enquanto o amanhã não chegar.