Amor? Egoísmo?

Me perdoe se não sei mais me apaixonar. É que um dia desses eu trombei com o “amor” e ele não me pediu desculpas, recolhi minhas coisas e ele riu da minha cara. Achei grosseiro, mas ri simpático. Ele não gostou muito, fechou a cara e queria uma satisfação. Ora, cria ter sido um acidente, a gente não escolhe a hora de trombar em alguém, tampouco esse alguém. Humildemente me desculpei, afinal a cordialidade tem que partir de alguém. Mas ele queria mais de mim, parecia amargurado e insatisfeito e eu recebi a culpa por tudo naquela hora. Tudo bem, fiz então sua vontade, cedi minha razão e aceitei toda culpa, mas por favor, eu precisava ir. Ainda sim, não me largou, nada saciava o seu rancor. Comecei me frustrar, já acreditava ter mesmo a culpa de tudo que acontecera com ele, antes mesmo de “trombarmos”. Fiquei refém!

Quando então já não me cabia mais em mim, passei a me servir à ele. E era esse transbordo que ele queria, esse domínio. Tomou-me então todo meu eu pela fresta que deixei ao me transbordar e então ele sorriu. Mesmo angustiado, tentei sorrir de volta, mas era tarde. Ele se virou de costas e como quem não faz questão de um adeus, me levou de mim. E eu? Fiquei com a imagem do seu último sorriso, que ainda que egoísta fosse, foi o melhor que eu consegui conquistar