O manifesto fênix

Alguns de nós está rumando para o caminho dos jovens senhores,

que são aqueles que ainda andam de bicicleta...

e que mesmo ofegantes,

ainda piscam o olhar para as beldades que passeiam pela orla. Assanhados? Talvez... mas a conclusão certa é: vivos!

Outros já estão na terceira juventude

e frequentam salões de dança,

e ainda vívidos se paqueram uns aos outros.

Assanhados? Que sejam... a vida estimula o saudável assanhamento.

E ainda há os que estão para o estilo Peter Pan...

esses querem sempre a ideia do novo,

da fonte da juventude... e assim voar.

E mesmo que aos olhos de muitos sejam ridículos, não são...

É o preconceito de uns que envelhe a alegria de muitos.

Quem sente a vida,

e se agarra a ela como se a infância nascesse todos os dias nunca será velho.

A idade derruba, mina a vontade,

de acordo com o peso da alma...

se ao longo da vida, você enguliu chumbo

e não cuspiu marimbondos,

a alma ficou pesada, obesa...

incomunicável com o próprio corpo...

mas caso se permita que haja pluma nos sentidos,

o seu escudo está erguido,

e esse é o sorriso de uma criança,

que ainda pode ser vivido,

mesmo que no tempo de adulto.

Caso não se permita, que isso aconteça,

todos seus problemas lhe derrotaram...

e você se agarrará a ideia que o novo passou.

Viver enraizado as lembranças do passado,

sendo que o novo todo dia chega com a luz da manhã

é não ver que o futuro já é hoje.

Acorde e respire fundo...

se espriguice e viva, de fato.

Todo segundo é necessário,

portanto é momento de júbilo.

Se algo lhe dói, tipo joelhos.

Se a vista já não alcança o outro lado.

Se os cabelos estão brancos...

é só lembrar que a solução é deixar fluir.

Um dia em sua vida, você já pensou assim...

era o famoso deixa rolar. Lembra?

Então, retorne a ideia.

Faça planos, viaje, saia do lugar.

Adquira novos amigos, mantenha os antigos...

ouça as músicas de antes,

descubra que ainda há boas sonoridades

no agora.

Leia de novo o Pequeno Príncipe,

O Menino do dedo verde,

as Reinações de Narizinho.

Releia os gibis da Bonelli.

Assista os clássicos de Mazzaropi e Chaplin...

não se envergonhe de ainda gostar de Bolaños...

mas também adquira novos conhecimentos.

Seja charmoso conforme seu tempo.

Use cachecol, calça cargo.

Ande de tênis, sapato novo...

meias coloridas.

Você pode!

Entenda, velho é tudo aquilo que está morto ou que já foi esquecido....

é a especialidade da arquelogia,

dos paleontólogos...

a sua especialidade é viver.

Ser velho dá a ideia de apodrecido...

Tenha em mente que você até pode ser ancião, mas velho nunca.

Se veja pessoa madura.

E se a vida nos mostra que maduro

é o que cai do pé,

não esmoreça...

é no chão que se deita e rola.

Tenha em mente que o petróleo é velho

e mesmo assim

dá energia ao motor.

O próprio tempo é velho...

a concepção original da vida é velha.

E se o velho em tudo está,

esse decerto é um jovem eterno,

presente no universo.

É a sabedoria dos dias que lhe renova, sempre!

21-09-2019

11h25min

(Murillo diMattos)

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 21/09/2019
Reeditado em 21/09/2019
Código do texto: T6750437
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.