Sinto 4
Tem que estar preparado para partida. Sempre! Sem malas. O sagrado pede esta postura. Caso contrário sua natureza transmuta dentro como coisa vendida, dividida.
Viver a partida é algo sério. Delicado! Tem que ser mantido sob os cuidados da atenção plena para não levar ao decaimento pelo ego.
Em última e primeira instância, pede que o Ser esteja pronto para não ser ou ser pelo que tornou sagrado em nós.
Há que tirar a roupa do ego, estando nu diante do Invisível todo penetrante, insubordinado.
Aquele que não abre mão de vestidura, do definido e conjugado, não está preparado para ser com o Sagrado.
Há que fazer da ótica, discípula Dele, que a ajusta, a pondera, a adequa, polindo o contato com a sonoridade suave do amor que a tudo engloba, dominando o Ser, integrando-o na justeza do agora, que é expresso num bastar sobejante.
Pede que joguemos a toalha, a relíquia, o amor bandido, a prova do crime, a chuteira usada no jogo, o relicário e seus guardados, o cajado que instrumentalizamos com maestria depois de estado e lutado em muitos lugares, os presentes que damos para nós mesmos, aqueles que conseguimos à altura da fineza do gosto. Tem que estarmos preparados para deixar tudo para trás
Conforme a vida enfileira a alma na senda, o sabor triste-alegre da existência vai ficando afinado, sutil, e a aprovação do que sentimos pelo olho, fala, visão, audição , tato e paladar não depende do outro necessáriamente para ser do agrado.
Se é que a ameba tem uma virtude que sirva de referência para a imitarmos, para que o sagrado sobreviva em nós, é a sua capacidade de autoreprodução.