DEVANEIO
Se árvore eu fosse, estaria em pleno outono, largando a casca, perdendo as folhas, acenando aos céus em desalento, sentindo o sopro morno de adeus passar por mim sem seguir lhe o movimento. Tronco firme retorcido, torturado de anseios, fincado à face da Terra por teias subterrâneas. Nessa escuridão tamanha, arranharia as entranhas e filtraria a nudez ramificada ao relento... O que eu tenho dentro é um pé de esquecimento, renascendo tenso a cada silêncio que me escapa do fio do pensamento...