FLOR DA PALESTINA.

 

 

 

Desbravando o mundo dos sonhos, eis que me deparo em seus vales encantados e enigmáticos, com a mais rica flor da Palestina, tão linda ou mais linda do que o branco lótus do Nilo.

A flor de lótus cobre as planícies alagadas do Oriente, do Egito à China.

Ela é venerada em todo o mundo por milhões de pessoas, que a consideram o símbolo máximo da pureza espiritual.

A flor que hoje passa e vai enfeitar os meus versos, é uma flor diferente, também é de uma rara pureza espiritual, entretanto, além dessa qualidade anímica, ela tem estabelecido a chancela natural da simpatia, o sorriso mais espontâneo e lindo do mundo.

Essa árabe da Palestina, agora já graciosamente abrasileirada e que se diz egípcia, acabou por romper e levantar o véu de Ísis dos meus dias atormentados, fazendo com que o meu coração voltasse a sentir murmúrios novos.

Ela é árabe sim e, para maior encanto meu, se diz egípcia, talvez tenha saído do conto de “As Mil e Uma Noites”, entretanto, desconfio muitíssimo e seriamente que seja a própria Sherazade.

Só para lembrar um pedacinho desse conto:

O rei persa Shariar, vitimado pela infidelidade de sua mulher, mandou matá-la e resolveu passar cada noite com uma esposa diferente, que mandava degolar na manhã seguinte.

Recebendo como mulher a Sherazade, esta iniciou um conto que despertou o interesse do rei em ouvir-lhe a continuação na noite seguinte.

Sherazade, por artificiosa ligação dos seus contos, conseguiu encantar o monarca por mil e uma noites e foi poupada da morte.

De volta ao reino dos meus sonhos, pois não sou um monarca, mas ela sem sombra de dúvidas me encantou com o seu sorriso, como se fosse realmente um conto de mil e uma noites.

E assim, eu fiz uma tentativa de transformar Lóris em Sherazade e, quem sabe, agora Lóris me faça o mesmo o que Sherazade fez ao rei naquela noite, me contando sempre lindas histórias, porém deixando a última por terminar.

Ela me parece sempre tão alegre, por isso, eu acho que ela me contaria um drama, uma aventura ou um enigma e, por fim, a história real de como surgiu o nosso amor.

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 23/09/2007
Reeditado em 25/09/2007
Código do texto: T664509