Minha morte

Será que pensar minha morte

É temer a efêmera vida?

A morte seria nascimento?

Ou seria um breve momento

de transmutação?

E ter força para preparar

O nascimento além-vida

Penso que preciso falar mais de mim

Revelar ao mundo que escrevo poesias

Incertas e inclusas, organizadas, obtusas

Para onde irei?

Para o recanto das letras, literaturas e poesias

Aprender a versejar sobre os céus e infernos

Revelar histórias aos “de cujus”

recém –chegados

Pois fui à frente para contar...

Ou preparar a preclusão peremptória

da minha vida de lei

Sem leis indeléveis que ornamentaram o autismo

Das gaiolas sem liberdades e das ilhas sem lugar

Das tradições das mercadorias que vivem em contratos

Das competências que ajuízem nos tribunais da

vida que vivi...

Chegou minha morte,

os meus pés estão frios

Vejo parar meu coração

Sim, eu quero respostas

Que não sejam para

Enterrar minha esperança,

Ou talvez para me despertar

Para realidade atual...

Das décadas de tantos anos

Das dúvidas de tantos amores

De tantas vidas..

Pessoas que fizeram tão pouco,

por mim

Acordarei numa espécie de céu,

Onde arcos e arcanjos tocam sinetas

Onde imagens e cruzes

Esperam com o meu código penal

Na “última ratio” da minha vida

Mas peço presunção de inocência

Com ampla defesa dos meus atos

Sem principio do contraditório

Qual tribuna me julgará?

O que dirão das minhas atitudes,

Que não pertenço à atividade econômica organizada

Pois escrevo poesias, reflito,

Quando me machucam

Eu escrevo...

Eu deixo jorrar minhas dores.

Penso que preciso falar mais de mim

Revelar ao mundo que escrevo poesias

Incertas e inclusas, organizadas, obtusas

Para onde irei quando minha morte chegar?

E o soldo da terra me abreviar

Em nome, em direitos fundamentais,

em liberdade de agir

O árbitro é que dirá!!!!!!!!!!!

Silvania Mendonça
Enviado por Silvania Mendonça em 05/04/2019
Código do texto: T6615969
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