O País Das Maravilhas
A Lua encanta lá em cima. Vez ou outra uma nuvem uma nuvem passa por ela (às vezes acho que Deus fez as nuvens só para para brincar, às vezes acho que elas são crianças, apenas) aqui debaixo, uma a uma se aproxima, um suspiro de solidão, para que mudem de direção, para que se colidam e que se dispersem no ar... até sumir, egoísta? Amante, poeta, admirador.
E assim, sob as bençãos de Deus, as estrelas proclamam, as nuvens dançam, A Lua sob e encanta. Os olhos se desfazem como sorvete derretido em calda, vermelha doce cereja como chocolate. Êxtase, porque ouvi-la permanentemente, sem esperar nem mais nem menos, sem clímax, apenas por ouvi-la num canto de serenidade que nunca se acaba, estado de saciedade, porque a vida é para sempre.
Clímax,
Eis aqui o momento mais perfeito, todo poeta aceita, que o momento mais bonito não é quando a lua esta lá em cima, no topo. E sim, que o momento mais perfeito é quando ela esta quase lá, quase lá, subindo, subindo, e subindo para o céu.
Em dias assim, tão entardecer minha dama aparece, da noite, tomado de medo roubo seu brilho, invejoso céu acima de nós, que como o sol das madrugadas além dos deuses a cobrir-lhe toda exuberância.
Sinto-me assim:
Por completo hipócrita nadando contra a correnteza do que é o amor?
Volte luar, volte minha amiga das madrugadas, pois só existe sonhos se você esta.
Deitados, respiração de afagos, como é voar lá em cima onde fica o céu? poderia dizer que sou eu se não fosse uma história contada por outro autor, quem seria quele que que têm a sorte de sua compania, amado amor senão sei quem sou?
Ele disse: o meu coração dispara a cada vez que ela me olha. Pensou em tomá-la para si, tão bom dizer, a escrita poética "tomá-la" para si, os escritores e poetas sempre usufruem desse estado de prazer que uma unica palavra nos traz, o de abraçar por completo, como se corpo e alma se unissem num só, fazendo de um simples ato físico um momento mágico de pura emoção e fervor.
_ Quando a lua aparece, tudo ao meu redor desaparece... meu mundo se desfaz... quando a lua aparece... _ disse-lhe.
_ Uma noite de cada vez_ ela responde.
E ficaríamos assim, olhando para o céu torcendo para que as nuvens invasoras refugiassem no horizonte, imaginou, caso um dia, é assim que deve ser, quando estão juntos é assim que acontece.
_ Só você para me fazer sorrir. _ digo lembrando-me do quanto, um dia, eu desejara este momento em que lhe escrevo. _ Escrevi por noites a fio esse momento, imaginando, de mil formas, de mil maneiras me faz sentir um só. _ tomou-lhe-lhe o corpo ainda mais para si. _ perto de você o mundo gira devagar.
E entre nuvens e não nuvens a lua brilhou, inteira, por inteiro, por toda a noite.
_ Me sinto como bobo aqui... ao seu lado, assim... mais bobo que o normal. _ disse estremecendo, rezando para que ela não notasse o nervosismo que emanava do meu corpo. _ Estou completamente nervoso... ao seu lado... que loucura, céus. _ se admirou _ Quando a vejo aqui, quando a sinto assim, me pergunto, quem nasceu primeiro, a vida ou a arte?
_ Eis a questão.
_ A arte imita a vida, ou a vida imita a arte?
_ Eis a questão.