Mágoa

Desculpa se te magoei...

Essa frase é tão clichê que nem reflete tudo o que sinto, ela não faz jus à grande comoção que me causou saber que estás magoado comigo.

Mas eu sinto raiva, raiva porque você não me disse. Simplesmente guardou e remoeu só para si toda a tolice que fiz, que nem sei ao certo qual, quais. Sofro por não saber, por não poder reparar tudo como deveria, sofro por eu ser assim, e por você ser assim!

Por que essa sua mania de esconder de mim o que sente, de trair-me com uma suposta “normalidade”, se dentro de si tudo está em frangalhos? Eu não possuo o dom de adivinhar as coisas, esse é um defeito meu muito grave, eu o sei, mas eu não consigo ser diferente.

Deixe-me tentar, mesmo que eu erre, que eu diga coisas estúpidas. Ensina-me a ser melhor... Eu não sei nem como viver!

Eu continuo me sentindo mal, muito mau, isso mesmo eu sou mau, eu sou terrível. Mas nada disso alivia a raiva que sinto de você. Por que você é tão idiota?

Esqueça o idiota, eu com raiva costumo ser ainda mais imbecil. De uma imbecilidade imensurável, me surpreende até. Como eu sou imbecil!

Meus batimentos estão descompassados, se alguém pudesse escutá-los agora iria se escandalizar, assemelha-se a uma banda composta por cães. Eu sei que não é hora para metáforas sem nexo, mas é que eu preciso espairecer... Não posso endoidar... Você sabe que eu não sou bom quando doido...