E se fosse nós (reedição)

A história conta os horrores do passado

as pessoas pensando que o inferno é aqui

outras histórias contarão os sofrimentos de agora,

sim, ainda existem muitos humanos que choram

então eu acordei e vi:

Acordei, maravilhei com o sol nas colinas,

os raios multicores, cintilavam nas folhas dos vegetais,

na mente visualizava o contentamento dos diversos animais,

era tudo uniformemente enquadrado na natureza esplêndida,

podia-se ver as pessoas caminharem despreocupadas,

concluía-se também a maravilha estrema de viver aqui,

neste Brasil de tantos contrastes, quantas diversidades!

Diversidades do povo, dos vegetais, dos bichos nas florestas,

sim, podia-se dizer que aqui está permanentemente em festa,

mas depois com pesar, pensei nos irmãos de uma terra distante,

dois lugares em que o povo brigam pra valer, guerra incessante,

já pensou? Estar num lugar, na sua casa e de repente tudo acabado,

do seu lado seu vizinho morto despedaçado, toda sua família também,

não bastando isso a sua casa, algum seu ente querido assassinado ali,

seus ouvidos escutar os lamentos, e dizer: não queria estar aqui?

pra seu desespero presenciar um pai ou uma mãe num desespero tal

com o filho, criança ainda morta, ensanguentada no colo

o grito de dor perguntando aos céus porque todo este mal?

Abismado, numa voz vacilante perguntei:-- e se fossemos nós,

um dia menos dia nosso Brasil reclamar de suas riquezas,

reclamar pra valer, querer de volta as riquezas roubadas,

roubadas por quem? Pelo próprio brasileiro,

se no auge do desespero, o brasileiro ir à luta com o próprio irmão,

não houver mais uniformidade, ver tanta calamidade neste rincão,

acho que não, estes sofrimentos daquela terra distante aqui não,

não haverá porque terá uma trégua, as riquezas vão serem repartidas,

quem sou eu pra dizer que não, sendo assim, tomara que não!...