Fevereiro
a chuva espanca as janelas
do ônibus quase vazio
e aquelas curvas sinuosas
que fazem o meu corpo cansado
ser lançado
para o outro lado do banco
e os carros nas ruas
cheios de corpos
cheio de pessoas
com vidas
e pensamentos distintos
e eu aqui
com o celular olhando a janela
e os fones de ouvindo
pulando de anavitória
para nando reis
pensando nos pés
na bicicleta que deixei na chuva
e as roupas
e a comida que devo fazer para a pequena
e já é fevereiro
com a chuva espancando
as janelas
as casas
os portões
e a gente
e tudo
já é fevereiro
e as crises diminuíram