A GÊNESE - TOMOS DE INTROSPECÇÃO

Surgem as notas, esvaem-se

Espreitam o fleimão desgastado

Com olhos de maracujá azedo - em segredo.

Houvera a ocasião

Não há mais relógio

Remontam-se as horas no tempo escasso.

Quimera!

Ouvi cedinho as lamúrias urticantes do travesseiro

Em meio à inescrutável nascente

Amor febril, abacateiro juncado.

E as cadentes?

Hão engalanadas no mar de céu espesso

Quase angelical.

Explode granada ferina na barba do demônio

Capa solta de lamber a cerca

Aos axônios, ladeia com o infinito.

Embora saiba a riqueza do vômito

O que me escapam são limalhas de aço carbono

Eternidade!

No apocalipse do tal cansaço

A inventar os desconsolos.

Quando minhas pernas arquearem

Meu ciso incinerar-se

E o modo rústico de sorver tudo, fenecer...

Aí, tudo acabará bem, o mundo se redimirá

"Voila"!

Conquanto conte do oceano as estrelas

Por toda a vida castigada, prestimosa e vil.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 15/02/2019
Código do texto: T6575557
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