MINHA REAL BASÍLICA DE DESEJOS.
(15/09/07)
Luciana:
I- Oh vaidosa! Invade-me com esse teu corpo esbelto e quente, assim como se tu fosses um astro em fogo, abrasando-me com os teus lúbricos carinhos. Agora me transformaste num vassalo da tua beleza e da tua vaidade de linda mulher.
II- Oh graciosa! Veste-me sempre com os teus olhos de azul perdido. Impõe sempre a tua magnífica presença, nas minhas ensimesmadas manhãs. Esbanja o teu lindo e enigmático sorriso, pois nele, eu vejo uma sentina de desejos escondidos.
III- Oh lépida! Tu me desequilibras quando por mim tu passas linda e fagueira. E, ao ver a tua silhueta longínqua e inconfundível, eu de pronto me naufrago em ti totalmente, desejando atracar o meu corpo no teu porto morno de carícias.
IV- Oh silenciosa! Os teus passos são tão suaves, assim como os de um anjo caminhando sobre as nuvens. A tua leveza e a magia do teu corpo me fascinam, e eu gostaria de te levar em minhas mãos com todo cuidado, como se tu fosses um punhado de perfumadas amoras silvestres.
V- Oh lânguida mulher! O meu corpo, eu o sinto famélico pelo teu. Imagino ser ele possuidor de caminhos inefáveis e sucos embriagantes que, por certo, nos levariam a raros e inconfessáveis momentos de puro êxtase.
VI- Oh misteriosa mulher! Vagueio todos os dias pelas ruas desta cidade, calado e triste, mas para a minha desolação eu não te encontro. Ontem, eu te vi orando numa igreja, estavas de mãos postas e cabeça inclinada. Não sei por que, eu me senti em tuas preces? E agora, eu quero te transformar na minha real basílica de desejos.
VII- Oh contrita Madalena! Nada tens a temer e a confessar. Pois, o que tu procuravas era o amor e, sem saber, foste iludida por falsos prazeres. Mesmo assim, eu te pressinto como minha. Eu prometo ser o teu cirurgião amante, para fazer sempre assepsia carinhosa em tua alma. Mas se alguma sombra de angústia ainda resistir, eu a moverei com ternos afagos e beijos consoladores. Portanto e, por favor, move-te languidamente para mim!