Com Licença Romantismo...


O rei tinha três filhas de beleza sem igual
Mas era sob o seio da caçula...
Que batia um coração que superava qualquer beleza superficial
O rei havia perdido toda a sua riqueza num naufrágio em alto mar
As vezes o maior tesouro da vida esta na capacidade de sonhar
Ele iria fazer uma viagem e perguntou as filhas o que elas gostariam de ganhar
A mais velha pediu um guarda sol de cetim
A do meio pediu um corte de seda e um chapéu
E tu o que queres minha caçulinha Raquel?
A jovem donzela então respondeu:
Quero uma rosa que seja tão pura e tão perfumada quanto eu
Passado algum tempo o rei retornou
Entregou o presente as duas filhas e a caçula forte ele abraçou
Aqui esta sua rosa minha filha filha formosa
No jardim que eu a colhi encontrei uma cobra
Que perguntou para quem eu entregaria essa linda rosa
Então respondi que era para a minha filha mais nova
A cobra prometeu a minha vida ceifar
Se no palácio dela a minha filha mais meiga eu não entregar
Qual filha no mundo...
Que por um pai não é capaz de se sacrificar
A beleza é passageira...
E as boas ações é que assumem o seu lugar
Na porta do palácio o rei chorando da filha se despediu
A moça foi entrando...
E nunca tanto asseio e tanta riqueza se viu
Assustada viu a cobra num canto da sala a lhe espreitar
Com tanto medo nem ousou nada perguntar
Veio a mucama para levá-la aos aposentos
Pois não tardava a noite iria chegar
Ela um banho com essência de rosas tímida foi tomar
A mucama lhe pediu que não vestisse absolutamente nada
Como veio ao mundo na cama deve se deitar
Não tarda e meu senhor vem no seu corpo se aconchegar
A menina então apreensiva se deitou
Na escuridão do quarto a cobra fria no seu corpo tocou
Trêmula de medo e indefesa a menina soluçou
Não tenha medo querida eu nunca iria te machucar
Veio a mim pura e intacta o sol irá te encontrar
Mas pelo seu corpo todo nas noites frias eu vou serpentear
E na tua pele macia e branca como a neve
Me enrosco como se minha pele tivesse febre
Ainda receosa a donzela começa aos poucos a cobra afagar
Carinhosa e manhosa aos carinhos da cobra ela não tardou a se entregar
Assim que amanheceu uma linda bandeja de café estava posta
E sobre a cama todo dia
Um fresco e perfumado buquê de rosas
Assim viveu por muito tempo
A cobra vinha quando o corpo da moça estava iluminado pela luz da lua
Sentia seu calor
E serpenteava sobre ela com o carinho de quem abraça uma donzela nua
Quero visitar meu pai em Batatais
Você pode ir ... Mas se não voltar em três dias morrerás
A moça passado os dias viu que a saudade dele não suportaria jamais
Cavalgando desesperada volta para o palácio
E não encontra a cobra mais
Cansada da viagem foi na cama fria e vazia se deitar
Chorou a noite toda sem os carinhos da cobra ganhar
Saiu pela manhã no jardim suspirando de desgosto
E só então viu a cobra caída no fundo de um poço
Ela chorando de soluçar
Afagou a cobra e uma lágrima no peito frio o sentimento viu tocar
Cem anos depois da magia
A cobra num bom rapaz veio a se transformar
Desses que só o coração de uma moça é capaz de salvar
O amor não necessita de explicação
Faz até uma moça como eu ficar sedutora e perder de vez a razão
Pouco importa se o sol ainda esta alto lá no céu
O importante é que o rapaz carrega nos seus braços sua princesa Raquel
A deita na cama coberta de pétalas de rosas
E a possui da maneira mais romântica e carinhosa
Toma seus lábios ouvindo as batidas descompassadas de um centenário coração
Ninguém deveria morrer antes de viver uma tórrida e arrebatadora paixão
Cuidadoso ele até esquece que não possui mais escamas
Serpenteia pelo corpo dela revirando todos os lençóis da cama
A diferença é que agora ele pode sussurar o quanto a ama,,,









                                               







 
Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 01/12/2018
Reeditado em 01/12/2018
Código do texto: T6516606
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