Muros tatuados
Ó paredes, em toda parte estão entrajadas pelas túnicas do contemporâneo
Numa exposição cotidiana de telas vivas que brotam na fixidez do concreto
Na arte bruta que grita aos olhos e irrompe a abstrata arquitetura
Ó paredes, avulsas, que de uma citadina janela, espreita os jardins rupestres regados pelas intempéries
No perceptível aroma das paletas de cores de tinta, do spray e do degenerado mofo
E das inspirações transformadas em pixels conectados; na fugacidade, turvam-se
Ó paredes, inumanas, no teu esparzir de lamento e contrição
No estigma que ecoa pelas suas vias, e vão mais além...
Juan Castiel 25.10.2018 ©