ETERNO E IRREPRIMÍVEL AMOR.

 

 

Friedrich Nietzsche (1844-1900) foi um filósofo existencialista, portanto, um grande intelectual e filósofo que ainda, infelizmente, não foi totalmente compreendido, mas tinha dois grandes defeitos: era convencido e arrogante.

Dizia ele que não sabia por que escrevia somente livros bons, e que, talvez devessem ser lidos somente no século XXI.

Muito amou e, por conseqüência, muito sofreu.

E agora, eu é que me pergunto:

Por que será que eu tenho de escrever somente versos tristes?

Escrever, por exemplo:

Estou só, e ela se encontra distante, muito longe de mim. Que dó!

Por onde andará o seu lindo sorriso?

Ah, aqueles lábios!

Agora mesmo, ainda sinto o furor dos seus beijos lânguidos, pois ela me possuía com o seu hálito quente e doce.

Meu Deus!

Ela me amava assim como se estivesse sozinha e perdida no mundo, mas tinha em mim o seu arrimo existencial.

Seus abraços eram ternos e enlouquecidos, e ela me comprimia prazerosa junto ao seu corpo tremulo e abrasado de amor.

As suas mãos eram suaves e continham pétalas perfumadas que, docemente se transformavam em carinhos profusos e inefáveis.

Por isso eu estou triste, sempre estou triste, pois faz pouco tempo que vim dos seus braços.

Ah! Como eram lindos os seus olhos, dois lagos profundos que, para mim, eram verdadeiros poços silvestres de luz e sedução.

Devo ficar triste sim!  E, por conseqüência, escrever estes versos também tristes, pois agora vivo somente alimentado por essa dor não localizada, mas torturante e muito sentida.

Será que ela ainda me quer, assim como eu a queria?

A ela eu tenho sempre enviado os meus gritos, mas todos foram em vão, e acho eu mesmo que se perderam no infinito.

Que pena!

Mesmo imbuído dessa idéia de infinito e, entorpecido pela negritude dessa tristeza, acredito que possa ainda existir o suposto, mas convenhamos, o benquisto e cobiçado eterno retorno.

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 09/09/2007
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