VERSOS DESESPERADOS.
Numa noite triste.
I- Eu sempre escrevi canções de amor, mas hoje, sinto-me perdido e totalmente desolado, por isso, escreverei somente estes versos desesperados.
II- O silêncio e o escuro desta noite cortam com as saudades e as lembranças teimosas essa minha alma abandonada e, somente ao longe, quietas estrelas cintilantes me expiam.
III- Ah! Eu que a beijei tantas vezes embaixo deste mesmo céu, sentado aqui neste mesmo cais, agora não sei se ela ainda me quer, assim como eu tanto a quis.
IV- Uma voz feminina canta entristecida à distância. Penso ser ela perdida e arrependida dentro das brumas da noite que vem do oceano.
V- Mas o vento impetuoso e gélido arrebata o seu canto triste, para finalmente, afogá-lo nas ondas que se quebram num ritmo interminável de um vai-e-vem.
VI- E neste langor, assanha-me sempre a lembrança do seu lindo corpo esquio e quente que, virtualmente o percorro embebido de desejos e lascívias inconfessáveis.
VII- Será que ainda existem em seu corpo os caminhos de lua e os sucos de maçã? Neles, eu outrora caminhava em carinhos, mensurando desejos e, os sucos, eu os bebia sedento dela, quando a isso ela me permitia.
VIII- Finalizando esta cantilena saudosa e triste, eu me despeço dela, um sonho que apenas aconteceu. E que agora, diviso grávido de beleza e graciosidade nos olhos pretos e nas melenas luzidias de uma menina, uma verdadeira extensão genética desse grande amor.