CHÃO MINEIRO
Com um olhar voltado para o horizonte,
Perpassando as montanhas em forma de ondas que o fazia pensar ao longe.
Felisberto, homem simples,
formado na escola da vida,
apreciava o tempo que se passava.
Sentado na sombra de um jequitibá,
quase duas horas da tarde de um verão escaldante,
Suas pupilas se definhavam por entre montes e sonhos.
E um coração palpitava por entre passado e esperança.
Fazia sol, o ar trêmulo devido à temperatura,
fazia lembrar os tempos sombrios já vividos por entre as altaneiras das Minas,
e que ficou no tempo vivido nas Gerais.
Seu pés enfiados nas botinas já gastas e meio tortas,
descansavam dos passos firmes pelas escorredeiras das encostas e grotões.
Chapéu de palha meio torto na testa,
facilitando a passagem da fumaça do cachimbo que o acompanhara ao longo de muito anos, era sinal de um costume duradouro e perspicáz.
Canivete na cintura,
cinto de couro cru,
porrete de bambu taquara
e um relógio de pulso da marca Seiko,
com mostrador branco, comprado no início da década de setenta.
Ali, com uma perna esticada e outra encolhida,
seu Felisberto tomava fôlego, descansava o corpo, observando as alterosas de seu chão mineiro.
É isso aí!
Acácio Nunes