CHÃO MINEIRO

Com um olhar voltado para o horizonte,

Perpassando as montanhas em forma de ondas que o fazia pensar ao longe.

Felisberto, homem simples,

formado na escola da vida,

apreciava o tempo que se passava.

Sentado na sombra de um jequitibá,

quase duas horas da tarde de um verão escaldante,

Suas pupilas se definhavam por entre montes e sonhos.

E um coração palpitava por entre passado e esperança.

Fazia sol, o ar trêmulo devido à temperatura,

fazia lembrar os tempos sombrios já vividos por entre as altaneiras das Minas,

e que ficou no tempo vivido nas Gerais.

Seu pés enfiados nas botinas já gastas e meio tortas,

descansavam dos passos firmes pelas escorredeiras das encostas e grotões.

Chapéu de palha meio torto na testa,

facilitando a passagem da fumaça do cachimbo que o acompanhara ao longo de muito anos, era sinal de um costume duradouro e perspicáz.

Canivete na cintura,

cinto de couro cru,

porrete de bambu taquara

e um relógio de pulso da marca Seiko,

com mostrador branco, comprado no início da década de setenta.

Ali, com uma perna esticada e outra encolhida,

seu Felisberto tomava fôlego, descansava o corpo, observando as alterosas de seu chão mineiro.

É isso aí!

Acácio Nunes

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 09/08/2018
Código do texto: T6414114
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