Ocidente

um mundo sem esperanças

mas sem desespero

uma alvorada elétrica

em meio a calma

agonia sem sangue

espécie branda de insanidade

surto de ideias

lanço-me de volta na agonizante sarjeta do meu indigente passado

sugado para o vórtex

encontro-me no inferno dos atormentados

entre a sinfonia dos trovões

e rajadas de água nos tetos de zinco

o tempo uma ilusão que teima

sou uma águia do futuro

poeta do corpo e da alma

os anús nossos corvos cagam nos carros e cantam seu canto melodioso e intrigante

Ocidente o sol desce como no Oriente - alaranjado numa síntese de todas as cores do espectro

Ocidente tudo está por um triz

nosso mundo parece que se esvai

o que nos resta de drama?

Labareda
Enviado por Labareda em 02/08/2018
Reeditado em 13/10/2019
Código do texto: T6407911
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