Ocidente
um mundo sem esperanças
mas sem desespero
uma alvorada elétrica
em meio a calma
agonia sem sangue
espécie branda de insanidade
surto de ideias
lanço-me de volta na agonizante sarjeta do meu indigente passado
sugado para o vórtex
encontro-me no inferno dos atormentados
entre a sinfonia dos trovões
e rajadas de água nos tetos de zinco
o tempo uma ilusão que teima
sou uma águia do futuro
poeta do corpo e da alma
os anús nossos corvos cagam nos carros e cantam seu canto melodioso e intrigante
Ocidente o sol desce como no Oriente - alaranjado numa síntese de todas as cores do espectro
Ocidente tudo está por um triz
nosso mundo parece que se esvai
o que nos resta de drama?