Não quero ser punida






Outrora, fui seduzida pela lua cheia
que com o pesar das dores, me calou.
A minha alma vazia deixei por lá,
escondi a minha covardia,
a minha esperança fugiu da imensidão que sonho.

Desencontrei-me da mulher que sou,
Ontem, ontem mesmo, afoguei, matei o que dela restou,
sufoquei estranhos delírios da minha alma,
sacrifiquei a minha poesia.
Quis ser normal, quis viver sem mais me atordoar...

Ontem, no infinito alguns costumes antigos, deixei.
Deixei de ser ingênua, apartei-me de mim.
Matei todas as minhas ânsias,
apaixonei-me forçadamente por uma absurda solidão,
joguei abismos abaixo, restos de sonhos estagnados.
Fui morar num lugar bem distante,
Dum vilão chamado amor, daqueles que nos põe
em perigo, todas as noites, todos os dias,
quando ele sai buscando suas vítimas.
Agora
ele já nem sabe quem eu sou nos tornamos inimigos.
Liberta estou, o exterminei de dentro de mim,
matei o amor, espero não ser punida.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 28/06/2018
Reeditado em 28/06/2018
Código do texto: T6376345
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