Ódio

O ódio é o filho abandonado do amor

Mas ainda é amor...

Amor incompreendido, perdido e desencontrado.

O ódio é a ruptura, a morte de uma estrutura

A aversão cega que nega o entendimento

O ódio é a noite sem estrelas, o sentimento não manifesto

É a faísca da ira, o alcoolismo da mágoa

O ódio é o veneno que adoece a alma, destila a calma na rebeldia

O pensamento cristalizado de um momento banalizado, despetalado...

Os espinhos da consciência emaranhados no coração

O ódio é o medo do perdão. 

É a reação que antecede a ação.

É juiz sem tribunal. É réu da lembrança.

É a lágrima que grita no silêncio dos olhos 

Enfim o ponto final colocado no lugar da vírgula

No entanto, somos as nossas experiências e querer terminá-las é buscar o próprio fim