PÉ DE JACARANDÁ
PÉ DE JACARANDÁ
Um pouco mais para cima.
Somente um pouco para cima do terreiro de nossa querência havia um pé de jacarandá.
Sua galhada era forte, robusta e abrigava as aves ao entardecer.
Seu gigantesco tronco notificava a fortaleza de suas raízes.
Pé de jacarandá!
Nas tardes frias de domingo de céu azul
ficávamos sentados em suas raízes que sobresaíam do chão.
Ali as conversas de comadres, conselhos de padres, a brincadeiras de crianças, os papos romanciados dos adolescentes faziam o local torna-se um núcleo de compartilhamentos.
Vento rasteiro, sombra fria e rostos pericados das crianças.
Ao longe a estrada principal toda empoeirada.
Pé de jacarandá!
Árvore elegante, imponente e tão pertinho do nosso terreiro de terra batida.
Pé de jacarandá!
Que era tão próximo de nós e ficou tão longe no tempo.
Ele ainda está lá, mas sem aquelas belas tardes de domingo.
Nós estamos lá só nas lembranças!
Pé de jacarandá!
É isso aí!
Acácio Nunes