Mestre Pedro

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Quem teve alguém tão especial jamais poderá esquecer,
Ah Mestre Pedro,
Quando eu sinto uma saudade sem remédio, lhe escrevo.

 
Foi ele quem me mostrou as cores, mostrou a vida.
Ele me ensinou a entender as horas, mas, por ironia
Nunca as cumpriu, era boêmio, meu pai cantava tão bem,
Tinha uma voz tão linda, cantava pra eu dormir!
Dançar? Dançava como ninguém.

Era um poeta e não sabia, eu sabia sim,
Mestre Pedro era um homem prático, simpático,
De bem com a vida, pra ele não havia tempo ruim,
Quando chegava dizia, - Faça aí um cafézim

Não aprendeu a ler, nunca frequentou uma escola, mas,
Foi ele quem construiu o primeiro colégio que eu estudei,
Ele dizia; - Minha filha tem que estudar,
Ninguém é nada sem estudo.  - E foi tudo para mim.

O meu pai era pedreiro, não um pedreiro qualquer,
Ele começava a casa pelo alicerce,
Calculava cada pedaço de chão, fazia orçamento,
Comprava o material... Depois fazia a construção.
Com alegria ele entregava ao dono, as chaves da casa na mão.

O meu pai era pedreiro,
Tenho o orgulho em dizer que ele era muito melhor,
- Não querendo desfazer, de alguns engenheiros.


Ele era sempre muito educado, respeitava todo mundo,
Uma boa conversa, não lhe faltava não.
Só andava arrumado, cabelo bem penteado,
Com ele não havia segredos,
E deixou uma lição; Ser feliz aqui na terra, é uma missão.

 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 30/04/2018
Código do texto: T6322897
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