As próprias tempestades
Nada se prolonga, a eternidade é ilusão,
a existência é minha, tão somente.
Fui esperança, fui passagem, sou solidão,
de seguir a estrada, desisti, desejos abandonei
sem quebrar o encanto que é viver.
Há mistério, beleza e surpresas.
Fragmentos, tristeza mágica, transformada
em felicidade...
O vento frio passou, levando a minha alma,
anunciava um temporal, e muita chuva
para lavar as tristezas, resfriar inúteis aflições.
O vento fez com que eu voltasse a mim.
Saí daquele pedaço de chão, deixei para trás
uma cidade inexistente, os pensamentos
traíram os meus olhos, me resgatando do fictício.
Vento frio, vivo, que passa, e que me acalma,
essa noite soprará os sonhos, que eu preciso,
quero dormir nessa brisa, amenizar minhas
próprias tempestades.
Recuar, entender que há tempo para tudo.