SONHOS, LEMBRANÇAS E SAUDADES.
Houve um tempo em que caminhávamos embevecidos a estrada do nosso destino, que, idilicamente construíamos com os nossos sonhos que não eram poucos.
É verdade que a novidade e a empolgação dos primeiros momentos e, as doces promessas, trazem para a nossa vida um colorido diferente e cheio de magia.
Cria-se um etos ou uma nova práxis de vida, um estímulo diferenciado que nem uma distância, por mais que seja sentida e premida em nossos corações, poderia fazer com que adiássemos o inevitável encontro.
Tudo foi feito no mais completo clima gracioso e romântico quando, sonhando, trocávamos mensagens diárias, flores naturais, virtuais e os pequenos mimos.
Tudo nos parecia perfeito, convencidos de que, por certo, duraria uma eternidade plenamente coberta de carinhos, essa doce ternura dos Anjos.
Mas após algum tempo, muitas vezes despercebidamente e lentamente, o romantismo que se propunha durar para toda a vida, foi perdendo o empenho e a força, deixando com que a realidade do dia a dia, nos apresentasse os choques de temperamento.
Houve certa imposição um ao outro em demasia e, de forma incompreensivel, com muita severidade e exigências.
Deveríamos ter sido mais sábios, pois, às vezes ou quase sempre, a tolerância é um suporte salutar e indispensável a um relacionamento equilibrado.
Em ato continuo, começaram a surgir as evidências que apontavam para o surgimento de caminhos, que não gostaríamos que fossem enveredados.
Cegamente nos acorrentávamos um ao outro, mesmo assim, afloravam atitudes tempestivas, autoritárias e antipáticas.
Agora, acreditamos que eram os sinais de desgaste, que acabaram por nos propiciar um desfecho nada agradável.
Construímos um castelo sem a forte argamassa do convencimento no amor, quando a sua estrutura foi sustentada apenas e somente com os sonhos.
Com o desgaste que experimentávamos e, diante de uma indisposição qualquer, as bases emocionais ruíam com os abalos sísmicos da nossa falta de tolerância e equilíbrio.
Para aonde foram os nossos sonhos?
E as promessas juradas, para aonde irão?
Agora compreendo que as forças cósmicas não estavam conspirando a nosso favor, e assim, os sonhos, as promessas e as juras de amor eterno, por certo, passarão a fazer parte do infinito.
O único evento que ainda nos resta, é a ocorrência do que Friedrich Nietzsche chamava e afirmava existir: O eterno retorno.