Jaz aqui

E no fim

No inevitável alvorecer

Das auroras que já partiram

Outrora esta alma

Estraçalhada

Vidrada como estátua

Fitava a escuridão

De si

Apaixonava-se pela solidão

Sólida da partida

Retirava a retidão

Da sua estrada

Sofrida

Desprovida de qualquer

Liberdade

Os grilhões enferrujados

As feridas dilaceradas

As saudades esquecidas

E a boca cerrada

Jaz aqui uma alma

Jaz aqui tristeza pálida

No inevitável alvorecer

Das auroras que a partiu

Partiram-na ao meio

Inteiramente vil.

Angela Dias
Enviado por Angela Dias em 18/02/2018
Código do texto: T6257804
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