Jaz aqui
E no fim
No inevitável alvorecer
Das auroras que já partiram
Outrora esta alma
Estraçalhada
Vidrada como estátua
Fitava a escuridão
De si
Apaixonava-se pela solidão
Sólida da partida
Retirava a retidão
Da sua estrada
Sofrida
Desprovida de qualquer
Liberdade
Os grilhões enferrujados
As feridas dilaceradas
As saudades esquecidas
E a boca cerrada
Jaz aqui uma alma
Jaz aqui tristeza pálida
No inevitável alvorecer
Das auroras que a partiu
Partiram-na ao meio
Inteiramente vil.