TARDE NOITE
Um céu decomposto em nuvem e treva me acerta os olhos num disparo. Paro e penso, não tem nada demais. Demais é sentir que esse céu me toca ardentemente. Dele extraio a polpa noturna de mistério e silêncio. Nele evoco o refúgio e o anonimato para emoções que não cabem na lacuna janela. Quisera a nuvem não passasse de um borrão encobrindo a lua. Quisera estivesse nua esta noite turva e tudo não passaria de paisagem urbana ancorada no décimo quinto andar.