Só três
Eram três ali. Um na porta esperando outro que estava sentado na cama a olhar um terceiro que se acabava no chão; quem estava à porta tinha pressa em ir embora, mas não sairia sem tirar da cama aquele que derramava uma lágrima pelo outro que lavava o chão com as suas o chorão tinha os olhos avermelhados, as mãos apertavam-se contra o peito como se pudessem atravessá-lo, o que estava na cama levantou-se, animou-se aquele que estava à porta, pensou que enfim deixaria o quarto, mas da cama foi para o chão com um travesseiro e sentou-se ao lado da poça de lágrima; encostou o travesseiro no próprio peito e pousou a cabeça do outro em sinal de solidariedade, mas não era bondade, era pena. Furioso da pena que não queria pra si aquele do chão limpou os olhos na fronha e empurrou travesseiro, corpo e malas pra cima da poça, bateu os dentes em sinal de força e saiu correndo batendo a porta e rolando quarto à fora. Dentro do quarto, recolhidas as tralhas e o travesseiro, os dois últimos sairam de olhos bem secos.