Desmedida

De repente o olhar se apagou, o sorriso se escondeu, e eu? deixei como num passe de mágica de ser eu.

A muralha de sonhos que eu havia construído para mim, de repente foi ao chão como se eu vivesse um terremoto, no qual o chão se abria e tudo que eu havia planejado caia dentro da enorme cratera que se abrira aos meus pés.Não sei por quanto tempo me escondi do tempo, não sei por quanto tempo não quis não querer, ou quis querer demais e não pude suportar.

A intensidade e a desmedida invadiram meu ser. Eu, talvez, não sei, mas eu talvez decidi parar de prosseguir. Não sei de fato quando mudei,

o que sei é que mergulhei sem medidas, percebi nas profundezas desse mergulho que a desmedida dói, que a desmedida cega e que a desmedida não te permite ser lúcida e responsável. No entanto, te faz sair dos trilhos como um trêm que perde o controle numa velocidade incalculável, ou a desmedida te dá um controle que não tens e por isso saímos do trilho...num movimento brusco, calculado, porém ingnorado...

Ingnorei por pensar estar no caminho certo, por estar tão certa da certeza de minhas escolhas, do meu futuro do meu eu. Me agarrei a ela como minha condição final em vida.

Ah! percebi que a certeza é na verdade uma enganação, que o agora define apenas o agora, o instante se renova num instante, que a vida é de fato uma caixinha de surpresa para a qual eu devo estar preparada e sujeita.Os imprevistos acontecem e ninguém estar imune as circustâncias e essas circunstâncias na verdade movem a vida...como uma grande roda em movimento.Num momento estamos no alto e o status de felicidade resplandece toda e qualquer ação que praticarmos, todos contemplam e compartilham de sua vida...num abrir e fechar de olhos rastejamos sem qualquer espectativas..e percebemos que a mediocridade humana é algo assustador.

Então nos chocamos com a mudança. Percebi que toda mudança é bem vinda...favorável ou não, é outra questão, que só se responde com o tempo.

mudar faz parte da vida...do frenético movimento dela...ninguém escapa dele.Talvez a desmedida, a falta de moderação tenha sido o meu maior erro, ou olhando por outro lado, tenha sido talvez o meu maior ato de coragem, ou ainda a minha maior experiência com a vida...no fundo eu não sei porque mudei.só seu que o eu de outrora mudou de estação...passou pela escuridão...A ponte que ligava meus sonhos a minha realidade...quebrou.

Por falta de manutenção? ou por ter ingnorado a situacão? ao certo não sei.Sei que o eu de antes fazia a travessia pela ponte todos os dias, saia da realidade para os sonhos, voltava dos sonhos para realidade numa grande facilidade, mas a ponte quebrou, quebrou guando eu estava na realidade...e agora tenho dificuldades de voltar aos sonhos...

Quando percebi,já estava infectada, desmesdidamente infectada...rastejando, despresada, desolada...sem chão...sem rumo e agora consciente da minha falta de moderação

Fechar os olhos e reviver as lembranças ultimamente é a minha maior ação prática...Pensar e lamentar é o que me resta, penso em consertar a ponte, mas não tenho força...por muito tempo a vida teve um significado, hoje eu descobri que esse significado não era de fato o que eu queria, mas tentei me fazer de forte a aparência de estar bem sempre me acomodou ao que parecia o certo a fazer...nunca me preocupei em deixar alguém se preocupar comigo, cuidar de mim, me segurei e investi força no que era efêmero, fútil e banal...certa que as escolhas se resolviam no presente com isso fechei os olhos para as consequências dos meus atos e dormi...na condição de ser feliz. Embora hoje com dor e arrependida pelo que passou sinto falta do eu, de quem eu era.Mas a percepção de que não valeu a pena essa minha exposição lembra-me todos os dias que eu poderia ter sido outra pessoa.

Hoje algumas pessoas ficaram chocadas com o que me aconteceu, os olhares me rodeiam como quem não entendessem-me...

Eu, desci do trêm, desiste do controle, me preocupei com as consequências

...passei a lamentar os amores..

Finjo-me de desentedida, sorriu para o vento com um riso frio, na verdade minha alma luta para continuar de alguma forma viva dentro do eu infectado. Minha alma já não é vista como antes, minhas atitudes não são fortes o bastante e eu quase sem força, pouco, muito pouco do reflexo de mim é possível ver...ora dou pistas de mim num sorriso triste...de quem quer significar...de quem quer continuar..a lutar...devagar e sempre encontrar sua medida...reconstruir a ponte e caminhar..

Driely xavier
Enviado por Driely xavier em 14/01/2018
Reeditado em 26/01/2018
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